terça-feira, 29 de março de 2011

Simplicidade


Talvez o bom em ser cético é que, quando coisas boas acontecem, você acaba se maravilhando. Um pouco mais do que o que é prudente, é bem verdade, mas ainda assim é uma coisa boa.

Saber que coisas boas podem acontecer dá certo ânimo e me fazem lembrar da época em que eu vivia em função dessa sensação: acordava apenas para esperar o momento do dia em que uma pequena coisa boa aconteceria.

Levemente patético, não?

Mas ai eu cresci, e isso passou. Ou passou ou eu deixei de acreditar. E acho que isso foi uma coisa boa, porque me parece que, finalmente, eu consigo entender / sentir determinadas coisas.

domingo, 27 de março de 2011

O que foi mesmo que passou por aqui?


E daí que eu me pego pensando/sentindo coisas que não pensava/sentia a um certo tempo.
...
Outro dia me lembrei de uma cena de "As Horas", quando a Clarissa começa a explicar para a filha o que vem sentindo: em seu passado, ela acordava com aquele sentimento de possibilidade, a vida era cheia de um sentimento de possibilidade.
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E é mais ou menos por ai: a sensação de que as coisas já se estabeleceram e o que me resta é apenas viver, roboticamente, essa rotina imperam dentro de mim. Não há mais grandes coisas a serem feitas, não há mais grandes alegrias a serem vividas.
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Eu sempre fui cético, mas o ceticismo trazia, em seu fundo, um quê de esperança. Acho que hoje eu só trago o ceticismo, com um fundo de cinismo.