domingo, 14 de setembro de 2008

Take a Nap


Então que amanhã é segunda-feira.
O que me fez lembrar que segundas geralmente são os dias das promessas: parar de fumar, voltar a malhar, fazer um regime... depende de quem promete. O que me parece engraçado: sempre são feitas essas promessas, mas poucas são realmente cumpridas. Será que é porque prometemos essas coisas a nós mesmos?
Para ir da minha casa até o Carrefour, passa-se em frente a uma mini-capela: uma casinha bem pequena, com um altar para São Lázaro (que até onde eu saiba é protetor dos animais) e sempre há algumas velas acessas. Com certeza, resultado de alguma graça alcançada ou de alguma promessa feita.
Na igreja de Santa Rita, que fica aqui pela Maraponga, também há um pequeno altar com algumas velas e muita cera derretida. Os motivos com certeza não são diferentes do que as velas queimadas para São Lázaro.
E hoje de tarde eu fiquei pensando nisso tudo e me ocorreu que quando queremos algo, sempre contamos com uma ajuda superior e fazemos promessa: seja para acender velas ou fazer uma generosa doação para a caixinha da igreja. E essas promessas sempre são cumpridas, mesmo que não se alcance a graça desejada. Mas quando se trata das promessas que fazemos a nós mesmo, geralmente damos menos importância.
Não que eu queria comparar nossa mera existência mortal aos poderes e grandiosidades das Forças Superiores. Apenas acredito que seria melhor se prometêssemos as coisas a nós mesmos e nos tratássemos com o respeito e a dedicação que merecemos.
O esforço que fazemos por nós mesmo não deveria ser mais válido do que simplesmente pedir, sentar e esperar por uma intervenção divina?
...
Bem, tudo isso para poder dizer que hoje é domingo e eu cogitei em ir assistir a uma missa.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Me empresta um frontal?


Então, são 04:17 da manhã e eu não consigo dormir. Pior de tudo é que não tem nenhum remedinho pra me ajudar a dormir. E eu fico aqui pensando no por quê das coisas.
Estava pensando que talvez a gente só durma quando tem um bom motivo para se acordar no outro dia pela manhã: se você sabe que o dia seguinte vai ser exatamente igual ao que passou, então não se precisa dormir.
Talvez dormir seja justamente se pressupor um novo dia, algo novo. Se vai ser tudo “mais do mesmo” então não há tantos motivos assim para dormir e dar fim a algo que nem ao menos começou. Dá pra entender?
Mas não vamos aqui debater o lado pessimista e fatalista desse pensamento...
De qualquer forma, lembro que em algum dos livros do Harry Poter existia uma pensadeira (acho que era esse o nome), onde se tirava os pensamentos da cabeça e os colocava lá, para deixar a cabeça mais leve. E que bom seria se isso fosse verdade, daria um jeito de ter 2: uma para os pensamentos bons e outra para os pensamentos ruins.
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Talvez o problema seja com pessoas ansiosas: pensar demais no que está por vir.
...
E eu escrevo isso e sinto que isso me parece uma contradição: pensar no que estar por vir não é o mesmo que sonhar?

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E eu ainda demorei um tempão procurando essa font pela net, pra colocar em um muro...
Enfim.
http://www.youtube.com/watch?v=igOWR_-BXJU
Já está meio antigo, mas eu gosto.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Inhibition


Não sei por que, mas os desenhos do Luke Chueh me emocionam.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Agora só faltam as botas.


Sim, isso é uma gata com três filhotes e uma coxinha no birô.
...
Hoje, 29 de agosto, cheguei na uece e saí no bloco apagando as luzes das salas que não estavam tendo aula. Só que quando eu entro na última sala, vejo uma moça de costas comendo algo. Achei estranho porque ela estava sozinha na sala, comendo, mas deixei para lá.
Até que o B. chega e me pergunta: “Já viu a gata que pariu dentro da gaveta do birô?”
E eu não sei como ainda consigo me surpreender com certas coisas naquela faculdade.
Quando eu vi a gata dentro da gaveta e a menina tirando o recheio da cochina para alimentá-la, lembrei da M., porque esse é o tipo de coisa que ela faria se estivesse por lá. Além disso, descobri que essa menina já havia comprando um sanduíche natural, pela manhã, para alimentar a gata. Tá certo que se fosse a M., teria levado wiskas sachê (porque ela já fez isso outras vezes).
Apenas uma observação que apenas os amigos de verdade poderão entender.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

... então eu vou para o sul


E mais uma semana começa. É engraçado parar e sentir esse sentimento que algo novo pode aparecer a qualquer momento e, ao mesmo tempo, ter que se preparar para terminar a semana da mesma forma como ela começou.

Nós estamos sempre fazendo planos, mas poucos deles chegam a tomar forma definida, e continuam com essa forma gasosa, tão comum aos planos. Isso acontece só comigo ou a humanidade toda é assim?

As empresas planejam como vão gastar seus recursos, a pessoas tentam planejar como vão gastar seu tempo, mas quando se trata de planejamentos mais subjetivos, sinto que ninguém se prepara muito: deixa-se tudo a revelia do destino. Ou é assim, ou eu tenho percebido as coisas com uma ótima deturpada.

Planejar faz parte de se preparar para o futuro. E se preparar para o futuro significa ter certas perspectivas. Esperar que uma pessoa levemente neurótica tenha perspectivas é algo um pouquinho complicado de entender.

Bom, o fato é que cabe a cada um de nós (e eu vou tentar dizer isso olhando no espelho) tentar manter os anseios e os planos. Porque, inevitavelmente, são essas coisas que nos guiarão. E apesar da vontade de dormir até os trinta anos, ainda precisamos acordar e oferecer a outra face...

...ou talvez eu simplesmente esteja deveras perdido.

...

...

...

Será???

Não. Certeza que não.

Frontal com gim, por favor.


Talvez seja eu quem dê importância demais a pequenas coisas.
Ou talvez queira acreditar que a coisa certa a se fazer e grandes coisas são meros detalhes.
Talvez o problema seja meu em acreditar que a luz no fim do túnel está queimada.
Mas ultimamente eu me venho me perguntando desde quando viver se tornou tão enfadonho...


escrito e postado em 19/ago/08

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

No meu travesseiro


Cada um vive sua rotina durante o dia e espera ansiosamente pela noite, e isso não tem nada haver com o fato de que é nesse momento que todos os gatos viram pardos, mas sim por ser esse o momento em que os sonhos estão liberados. Deita-se e espera por aqueles maravilhosos segundos em que não há inibições ou limitações.

Se antes cabia ao álcool e aos sonhos desprender cada um de sua rotina, hoje, em épocas de lei seca, cabe apenas a imaginação subconsciente proporcionar singelos momentos de leveza.

Em tempos de Criança Esperança, eu me pergunto: se existem pessoas interessadas em manter os sonhos de crianças carentes, quem se preocupa em manter os sonhos das pessoas comuns?

(Sem demagogias sociais, por favor).

Se você tem vinte e tantos anos, ainda possui alguns vários sonhos que espera, ansiosamente, realizar. E eu vejo que, em partes, parte da não realização desses sonhos são por pouco engajamento meu. Será que eu sou critico demais comigo mesmo ou simplesmente consigo ver a verdade?

Você vive sua vida, segue sua rotina e começa a achar que tudo isso é o básico para ser feliz. Até que um belo dia você acorda e quer algo mais. Espera-se algo mais porque, inevitavelmente, sempre queremos mais. Isso é absolutamente normal.

Todos queremos algo mais

...

Eu sei que sempre penso em sonhos e isso se torna um pensamento repetitivo na minha vida. Mas as vezes eu acho que é porque eu me recuso a acreditar que seja possível viver sem sonhos. Não que eu espere que a minha vida seja um conto de fadas (até porque eu acredito que já superei essa fase); mas, inevitavelmente, eu espero que coisas boas aconteçam.


terça-feira, 29 de julho de 2008

Bear with knife hand...? Bad idea


Era uma vez... Ok, eu não sou a Branca de Neve, então minha história não pode começar tão lúdica assim. Até porque as princesas precisam desse distanciamento; Já eu, prefiro tudo muito próximo, para não correr o risco de esquecer as coisas que mal foram vividas.

E isso é um retorno? Bem, de certa forma, sim. E talvez esse retorno seja diferente, porque, inevitavelmente, todo mundo o tempo todo (ou, pelo menos, eu gosto de pensar assim) tem seu recomeço.

Retorno porque a minha vida deu eu pequena girada que me trouxe de volta para o mesmo lugar, mas sem ser no mesmo ponto. Será que dá pra entender? É como estar no mesmo bairro, mas em quarteirões diferentes: tudo aquilo que se quer são novas ruas pra se percorrer velhos caminhos.

Nem tão antigamente assim, eu costuma escrever bem mais: sempre achei que minhas melancolias me rendiam vários pensamentos. Hoje, eu vejo que talvez não foram as melancolias que me faziam escrever, mas talvez as frustrações, que naquela época se limitavam ao aspecto amoroso. Hoje, eu pretendo não me limitar mais a isso; até porque não há motivos para tal.

Se pegarmos as frustrações, então as minhas semanas serão bastante ocupadas. Não que eu deseje que o resto da minha vida seja repleto de desventuras, mas elas fazem parte do percurso. E parte de mim agradece a isso: não porque eu as adore, mas porque eu sou daquele tipo de cara que acredita que são dessas frustrações que eu posso tirar as melhores lições.

E é por tudo isso que isso é um retorno. Como o começo de “15 steps”. Como é que se consegue acabar no mesmo ponto em que se terminou? Hoje, eu prefiro acreditar que a resposta é simples: talvez porque, simplesmente, não se tenha terminado.


quinta-feira, 12 de junho de 2008

Apenas uma ilustração


Embora eu goste muito da Winehouse, em uma coisa eu preciso discordar: love, nem sempre, is a losing game.

Achar que o amor é algo tão complicado talvez seja reduzir tudo isso a um simples jogo de azar: aposte todas as suas fichas em uma pessoa e gire a roleta... Não gosto de pensar dessa forma, porque, nos cassinos, é sempre a casa quem ganha. E (por experiência própria eu posso falar), na vida, às vezes os jogadores ganham. E ganham alto.

Talvez seja por sorte, talvez seja por destino ou talvez simplesmente se consiga enganar a banca, mas de vez em quando, encontra-se alguém que nos faz feliz.

Pode ser pelo clichê do dia, ou talvez seja o carro do “Loucuras de amor” declarando sentimentos alheios para a vizinha, mas tudo isso me faz pensar em como somos sortudos.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Quanto mais essa vaca na minha vida


Até que ponto a gente perde o controle do nosso futuro, e da nossa vida presente, a ponto de se submeter a coisas que não são tão agradáveis?

Assim, de cara logo, sem piscar.

Essa semana passei dois dias em uma cidade do interior que, embora seu nome sugira uma novidade, um recomeço; pra mim, representou o fim.

Sozinho, em uma cidade minúscula, preso a uma semi-vida que rejeita questionamento, eu me atrevi a lançar a primeira pergunta: até que ponto eu consigo? Porque, no final das contas, tudo isso acaba sendo um teste de resistência. E o problema, por mais que incomode, nunca foi físico: sempre foi psicológico.

(Até que ponto eu consigo suportar as minhas escolhas?)

Inevitavelmente, a vida da gente é feita de escolhas que devemos sustentar até que aquilo que as iniciou se conclua. Mas esse pensamento seria maravilhoso se nós apenas tomássemos as escolhas corretas...

O grande problema de toda essa divagação é a incerteza. Algumas escolhas que tomamos hoje só teremos respostas no futuro.

(...)

Talvez falte paciência para esperar ou simplesmente talvez não haja nada a se esperar...

Cético?!

Eu?!

domingo, 18 de maio de 2008

Adjetivos


Engraçado é que as campanhas publicitárias de um determinado momento vendiam a constante idéia de ter atitude e personalidade, como se essas coisas fossem algo engarrafados e prontos para beber.

E então você cresce e continua ouvindo que é preciso definir uma personalidade, a sua personalidade, e que ela precisa ser única e diferente dos outros. Mas, o que realmente modela a nossa personalidade?

Já li e ouvi em alguns lugares que a criança só tem sua personalidade moldada até os sete anos de idade. Mas será mesmo que sete anos são suficientes pra definir quem você vai ser pro resto da sua vida?

Ta, é bem verdade que isso pouco me importa. O que eu fico me questionando é o que realmente defini quem nós somos?

Existem diversos adjetivos utilizados para definir alguém: bonito, feio, bacana, simpático, chato e, na pior das hipóteses, exótico... Embora eu não acredite que um simples adjetivo consiga resumir tudo aquilo que somos. Não acredito que sejamos tão fáceis de sermos resumidos.

Quando você se olha no espelho, o que você realmente consegue enxergar? Porque, definitivamente, existe muito mais de nós que não conseguimos ver do que aquilo que o espelho mostra. E talvez esse seja o aspecto mais relevante da história: aquilo que somos, mas não sabemos que somos.

Podemos ser/ter/fazer várias coisas que, no final das contas, não prestamos muita atenção, mas que, inevitavelmente, ajudam a definir quem nós somos. Mas se essas coisas estão tão escondidas e nem nós mesmos percebemos, como identifica-las?

Não há espelho no mundo que resolva esse problema.

...

Talvez seja necessário que o reflexo não seja dado pelo espelho, mas por nós mesmos. È um exercício constante e diário (cansativo em certos momentos), mas extremamente necessário para que possamos nos conhecer melhor. Assim, a gente aprende que certos adjetivos não conseguem refletir metade daquilo que realmente somos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Alice compreende


Engraçado como você tentar usar as coisas do seu dia-a-dia para justificar outras ações: é um entrevistado que fala sobre mudanças; é a sua vida, que embora tenha mudado ultimamente, parece precisar de novas transformações. Mas será que é realmente necessário algo para justificar a necessidade de uma outra coisa?

Muda-se de carro porque o anterior começou a dar problema. Muda-se de casa, porque a que se morava ficou pequena. E assim por diante. Mas por que não aprendemos a fazer algo simplesmente porque queremos fazer?

Mas isso não seria se entregar aos desejos?

Provavelmente.

Os budistas acreditam que não devemos ser escravos das nossas vontades, nem sermos entregues aos nossos desejos. Bem, para minha sorte, eu fui criado dentro de um cristianismo bastante frouxo, que sempre me permitiu desejar e querer qualquer coisa.

(é bem verdade que esse pensamento deve estar mais ligado à economia na qual vivemos, mas eu não estou a fim de enveredar por essa linha).

Não falo aqui de desejos materiais, mas de coisas mais subjetivas: de aspirações, do que se espera e de todas as outras coisas sentimentais e filosóficas que possam fazer parte da nossa vida.

Anseios.

...

Nesse exato instante, estou cheio de expectativas em relação a minha vida. E embora eu não possa controlar todas elas, posso me dedicar àquelas que estão mais próximas. Antes de entrevistarmos um fotógrafo, eu, R. e B conversávamos sobre coisas que gostamos e não fazemos mais.

Sempre gostei de escrever aqui e, seja por falta de inspiração, seja por falta de dedicação, acabei deixando de lado. Mas agora não mais. Não vou utilizar a experiência do fotógrafo para justificar esse texto, mas sim a minha própria vontade de retomar aquilo que comecei.

Faço isso por mim e para mim.