quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano novo


Eu nunca fui fã de viradas de ano, porque eu sempre achei que esses momentos geram uma esperança vazia: uma vontade de que tudo seja diferente. Isso acaba fazendo com que façamos promessas que se perdem antes mesmo do final do primeiro feriado do ano.

Mas, de certa forma, é inevitável pensarmos que a vida da gente é ou deveria ser feita de momentos de esperanças, de sentimentos bons. Talvez porque todo mundo se apega aos sentimentos e lembranças ruins: relembra-se e revive-se cada um deles todos os dias. Todo mundo tem a mania de ruminar o sentimento ruim até o final da vida.

E isso faz com a gente cresça cada vez mais seco. Cada vez mais descrente.

E aí vem o Ano Novo, o momento que todo mundo faz planos e que se espera que seja algo esplendorosamente magnífico. E por poucos instantes, a gente se despreende do que ficou de ruim e abrimos as portas pro que pode acontecer de bom.

E ai vem os sonhos, as esperanças e o desejo de felicidade: tudo isso de uma vez só, tão mais forte do que o nosso ceticismo.

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Talvez seja um sentimento puro, de querer algo novo, algo melhor; ou talvez seja simplesmente o efeito da propaganda da Globo, mas eu prefiro (e preciso) acreditar que o próximo ano será infinitamente melhor do que o passou.

domingo, 22 de novembro de 2009

Tudo começou com 68...


E dai que o domingo acabou, o mês também e o ano nem se fala.
E nem de longe isso me parece tão ruim.
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Engraçado que agora a pouco eu estava relendo os meus primeiros posts, ainda lá no Subtle Invitation e fiquei vendo como eu era extremamente fatalista e sofria por uma dor que não existia e achava que todo dia seria o fim de algo que nunca começou e...
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Aparentemente o que eu ganhei nesses 4 anos não foram apenas 17 quilos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

12 de outubro


Daí que eu acordei pensando mais ou menos assim: a brincadeira é sempre Pique-esconde ou Esconde-esconde (chamem como quiser).
Quando se é criança, todo mundo se esconde e deixa um besta procurando, o que não deixa de ser divertido. E o bacana da brincadeira é que, no final, sabe-se que todos irão reaparecer.
Quando a gente cresce, a brincadeira continua, as regras mudam e ninguém as entende muitas bem, só se sabe que a gente precisa continuar procurando. Sempre.
De um lado, uns procuram, do outros, escondem. Procura-se não se sabe ao certo o que e esconde-se qualquer coisa.
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O problema é que os papeis não são bem claros: um dia se esconde, no outro, procura-se. E nessa mudança constante, perde-se um pouco a noção: O que era mesmo que estava procurando? O que era mesmo que eu estava tentando esconder?
E aí, para aqueles mais desatentos, não se sabe ao certo o que devemos procurar: fica apenas aquela sensação, uma intuição de que algo deve ser encontrado.
E gasta-se uma vida inteira na busca de algo que poucos conseguem identificar o que se quer achar.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Fui bem ali usar o fio dental e volto já


Ontem eu ia entrar aqui e escrever de como eu estou cansado de ter que ser compreensivo e entender as fraquezas e as limitações das pessoas (incluindo as minhas); de como é chato e entediante ter que ouvir as justificativas das pessoas sobre suas escolhas (e ter que justificar as minhas também).
Mas hoje eu não quero mais escrever sobre nada disso.
Ultimamente tenho sonhado com dentes cariados: meu canino superior direito, para ser mais exato. E eu realmente fico pensando no que isso pode significar. Uma rápida pesquisa pelo Google nos revela que sonhar com dentes cariados pode ser sinal de problemas no trabalho. Se no sonho os dentes estão muito deteriorados, também pode significar remorsos por mentiras contadas.
Bom, no momento eu não passo por nenhum problema no estágio e, no sonho, o dente só tinha uma cariezinha pequenininha, o que me faz crer que o remorso é por alguma mentirazinha boba.
Será que pode ser remorso por uma mentira que se quis contar, mas não se contei? Porque, se valer assim, então, graças a Deus, não escrevi o que queria escrever ontem, porque, senão, teria sonhando que minha boca não tinha mais dentes. Uma coisa meio Tião Macalé de ser.

sábado, 13 de junho de 2009

Just watch me burn


Nothing really matters
Love is all we need
Everything I give you
All comes back to me



E eu estava ouvindo essa música hoje enquanto ia para o trabalho, pensando que talvez eu não seja uma pessoa tão boa assim...
Uma vez eu escrevi sobre má-sorte e usei a palavra a***, e por conta disso, me fizeram um comentário que me deixou pensativo. http://www.fotolog.com.br/birdboy/11770452
Se tudo realmente reverbera e aquilo que eu dou acaba voltando pra mim, então não serão sentimentos muitos nobres os que estão por vir.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

but can you save me?


E daí que eu tô me sentindo meio Maysa, meio demais.

Eu sinto que é tudo meio vazio, tudo meio sem propósito: se a vida fosse a Porta da Esperança, do outro lado só teria um grande quarto branco, sem nada dentro.

Hoje eu admiti em voz alta que "não estou no meu equilíbrio". Embora isso não seja uma grande novidade, foi uma das poucas vezes (quem sabe a primeira) em que isso foi dito em voz alta.
Progresso?
"Admitir que algo está errado é o primeiro passo para a mudança"...
Nem sempre: como é que vai se encher esse quarto branco se não se sabe o que se quer ali dentro?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Airplane


Caiu um avião.

E embora seja algo penoso e doloroso para os parentes, eu não consigo me livrar da visão lúdica da dor: o avião caiu no mar.

Às vezes eu penso que se fosse para me matar, me mataria afogado: entraria no mar depois de tomar alguns frontais.

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Talvez eu tenha uma mente deturpada que adora embelezar a dor, mas a imagem que me vem à mente é a Nicole Kidman como Virginia Woolf entrando no rio.

Não sei que atração é essa pela dor e pela beleza que ela pode transmitir, mas sempre fui fascinado por momentos de tristeza e angustia por ver a beleza que eles podem apresentar.

Estranho, né?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


Eu costumo dizer que quero morrer novo. Então, 24, pra mim, talvez seja a metade. Hoje eu começo a repensar se realmente quero que 24 seja a metade. Não que eu queira viver eternamente e ache que a vida seja uma grande dádiva (porque eu sempre penso que nem toda vida necessariamente seja uma dádiva, mas enfim...) Mas mais porque eu não vejo hoje com aquilo que eu quero/espero para ser ser/ter aos 24 anos.
E é isso: eu não sei o que me falta para sentir que realmente são 24.
Talvez vergonha na cara, talvez um espelho...
Ou simplesmente seja melhor calar a boca e deixar que tudo isso vire uma úlcera.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano: 20__



1º dia do ano e eu já com aquela sensação de tédio.
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Eu sempre digo que gostaria de dormir até os trinta anos, mas hoje pensei que o bom mesmo seria dormir eternamente. Complexo de Bela Adormecida.
Então, comecei a pensar que talvez a Bela Adormecida não tenha sido envenenada pela bruxa. Vai ver ela simplesmente se cansou daquela vida que tinha e começou a pensar que, se o futuro dela era cansar com um príncipe e viver num castelo, tudo seria muito monótono, e como ela era medrosa demais para se matar, resolveu tomar todos os estazolans do reino. Feriu-se no espinho apenas para por a culpa na Bruxa (afinal, é bem mais fácil jogar a culpa em outra pessoa).
E, no final das contas, não foi o beijo do príncipe que a acordou, mas apenas o efeito dos remédios que passou. Mas ela preferiu deixar o rapaz acreditar que o beijo dele era tão forte e poderoso que foi capaz de acabar com o feitiço.
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Nos dias de hoje, se tivermos que acordar para a realidade, dificilmente vai ser através de um beijo. A vida, todo dia, dá um tapa na nossa cara e diz: “Querido, 6:30 da manhã”.