sábado, 26 de novembro de 2005

Emoções e Sentimentos

Em um dos pontos da minha autodescrição do Orkut, eu digo que “Escrevo. E arrumo esses textos como um álbum de fotografias: lembranças de momentos que nunca vivi”. Antigamente, isso poderia até ser considerado como uma verdade, mas, atualmente, eu começo a duvidar dessa frase.
Relendo tudo aquilo que já escrevi, eu percebo que cada texto me faz lembrar de situações específicas e, de certa forma, especiais. Engraçado é sentir uma parte dos sentimentos que ali estão. Dentre tantos textos, eu vejo que já vivi alguns momentos.
Mas, mesmo tendo vivido esses momentos, por que eu insisto em dizer (e acreditar) que a minha vida é monótona?
Talvez eu insista em enxergar uma monotonia em minha vida porque ela não acontece da forma que eu espero. Uma das coisas que eu espero (e que é, também, o ponto comum entre todos as situações) é a intensidade (pelo menos, da minha parte). Todos esses momentos são marcados por sentimentos intensos, porém breves.
Segundo a psicologia, amor é sentimento e paixão é emoção. Enquanto o amor é brando e provoca pequenas alterações psicológicas, a paixão é intensa, porém efêmera e causa grandes variações psíquicas.
Engraçado, também, é reclamar da monotonia quando só viveu paixões. Talvez a intensidade e a impulsividade, aliadas a uma certa falta de controle, já tenham se tornado comuns à minha vida.
“Uma vida emotiva é ruim”, disse o J. quarta à tarde. E talvez até seja mesmo, pois quando se vive em função das emoções, os sentimentos (até mesmo os mais intensos) acabam se banalizando ou sendo banalizados. Você já está tão acostumado a ficar sem fôlego, seja por coisas pequenas ou por momentos intensos, que quando se encontra algo que pode ser real, você simplesmente deixa passar.
Não que a plena racionalidade seja a solução. Como sempre, o meio termo me parece a melhor opção. Saber ponderar e equilibrar a razão e a emoção ainda é o mais certo, porque você acaba encarando as situações com os pés no chão, mas sem se privar de sentir tudo o que deve quando algo bom acontecer.

sábado, 12 de novembro de 2005

Vida

Ultimamente, tenho me feito algumas perguntas bastante pessoais. Venho me questionando se, nesse exato momento da minha vida, eu realmente sou feliz. Honestamente, não acredito que possa dizer que estou feliz. Estou bem, mas longe de qualquer coisa maior do que isso.
Mas por que a felicidade nos parece ser algo tão necessário? Por que simplesmente não aceitamos o fato de que estar bem já pode ser algo extremamente bom?
É complicado falar desse tipo de felicidade quando não se tem muita noção do que realmente precisa ser feito para atingirmos esse estado. Vivo (ou pelo menos acredito que vivo), e isso já deveria ser suficiente.
Não que eu tenha pensamentos suicidas, apenas me pergunto o que realmente significa viver. Dessa vez, eu não quero procurar pelo significado nos dicionários, porque eu prefiro acreditar que ainda é melhor comprovarmos isso por conta própria.

E por que nós acreditamos que a felicidade precisa ser algo constante? Por que simplesmente não assumimos que, em alguns momentos, nós nos encontramos assim, meio que apáticos?
Talvez aquilo que sonhamos não seja uma utopia, mas sim o mais singelos dos desejos, nada tão difícil assim. E enquanto se vive tentando alcançar aquele ponto, por que não percebemos que são os pequenos momentos que completam todo esse tempo?
Mas viver se contentando com pequenos momentos não é uma forma de conformismo, ou até mesmo a pior das ilusões?
Hoje, eu não quero chegar a nenhuma conclusão. Prefiro ficar cheio de perguntas a descobrir (ou tentar descobrir) o que é o melhor a se fazer. Eu quero sim descobrir o que é preciso ser feito para sair dessa apatia, mas também quero ficar com alguns questionamentos. Porque, talvez, sejam essas perguntas que me farão perceber o que é melhor a se fazer.

sábado, 5 de novembro de 2005

Desculpas

Até que ponto os nossos atos são inocente? E em que ponto a inocência deixa de ser inocência e passa a ser estupidez?
Depois de uma conversa ao telefone, na qual eu ouvi um “Eu não quero te prender”, eu achei que meu relacionamento havia terminado. Mas, para minha surpresa (boa surpresa), aquela conversa não representou o fim. Por achar que isso havia acabado, eu fiz algo que não deveria.
Superficialmente, analisando a situação, o que parece?
Exatamente agora, eu me encontro diante de uma situação nova para mim: a minha pouca experiência em relacionamentos me faz cometer certos atos que podem ser interpretados de diversas maneiras.
A postura que me parece a mais certa é a verdade. Em nenhum momento eu menti ou omiti nada. Porque eu acredito que a verdade é fundamental, já que é ela quem solidifica a consideração.
Isso não quer dizer que todos os meus erros serão justificados se eles forem revelados. Talvez isso apenas me exima de sentir culpa, mas não vai fazer com que o erro, subitamente, se torne um acerto.
Talvez realmente tenha sido por inocência, ou talvez tenha sido só estupidez mesmo. Frida, no filme, fez um acordo com o marido: prometeram lealdade, mas não fidelidade. Honestamente, eu não quero fazer esse tipo de acordo com você. Eu preciso saber que somos leais e fieis aos nossos sentimentos.
Sei que isso pode parecer conversa para aliviar a culpa (e talvez até seja), mas eu não gostaria de prosseguir sabendo que, no fundo, ainda existe um certo rancor. Por isso, eu sinto que eu preciso pedir desculpas, porque, no final das contas, eu acabei magoando.
Também sei que ainda vamos passar por tantas outras dificuldades, mas (agora eu sei) nada vai ser tão ruim assim, porque eu acredito que estaremos juntos. E por mais cafona que isso tudo possa parecer, isso tudo é a verdade. Sem máscaras.