sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Momento

Revisitando meu Blog, eu vejo que já “vivi” um pouco. Todos os textos que escrevi foram baseados em momentos que tive. Mas, ultimamente, não estou escrevendo tanto quanto antes. Por uma lado, isso se deve a minha dificuldade em me concentrar.
Mas a diminuição dos textos se dá, principalmente, pela falta de momentos especiais em minha vida (e me refiro aos sentimentos, numa perspectiva bem romântica). Antes, eu me empolgava (atingindo um estado de euforia incontrolável) com um simples telefonema. Entregava-me às sensações e sentimentos que eram apenas meus.
Hoje, eu preciso de um pouco mais do que telefonemas frios e mensagens diretas. Eu preciso sentir que o sentimento pode existir de ambos os lados e que possa fluir naturalmente.
Talvez eu esteja passando por esse momento justamente porque eu prometi pra mim mesmo que não me entregaria tão facilmente e que daria um tempo na “procura”; porque todas as vezes que eu agi dessa forma (me entregando e sentindo algo muito antes de ter a certeza se poderia sentir), a única coisa que eu consegui foi me decepcionar.
Não é que eu tenha perdido todo o meu lado romântico e tenha me tornado um cético. Não! Eu não conseguiria viver assim: ainda preciso acordar e sentir uma sensação de que grandes possibilidades podem acontecer a qualquer instante.
Eu apenas estou cansado de me iludir e me decepcionar. É difícil recuperar-se sozinho. Superar toda a decepção e voltar a sentir-se bem demora um certo tempo. E é cansativo. Cansa procurar forças dentro de si mesmo para se restabelecer.É por isso que eu venho fugindo de situações que possam me deixar assim. Uma parte de mim foge por medo. Medo de reviver todo esse dramalhão mexicano. Mas uma parte de mim também foge por querer manter esse momento no qual me encontro: calmo, tranqüilo, de bem comigo mesmo. E aberto às coisas boas (muito boas) que possam acontecer.