terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Qualquer coisa menos...


E eu acho que estou apenas cansado de viver a mesma vida...

Final de ano e todos começam a fazer os planos para as mudanças de 2007. Mas eu prefiro passar longe de qualquer plano, porque dificilmente você se esforça para realizá-los. O que, no final das contas, chega até ser contraditório, porque quem está cansado da rotina trata de pensar em modificá-la.
Mas talvez eu simplesmente seja fraco demais, burro demais ou qualquer outra coisa demais... Alguma coisa que deveria ser de menos e, aí sim, ser saudável.
Talvez eu devesse ser um daqueles gordos bem gordos que não conseguem mais levantar da cadeira, porque aí sim eu teria um motivo concreto para certas reclamações. Porque, até pra mim, parece uma grande babaquice lamentar coisas não-palpáveis.
É como adcionar chocolate em pó ao leite derramado...
Eu só quero dormir por 3 dias seguidos e esquecer que preciso ser lembrado e fazer com que se lembrem de me esquecer.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

"Nessa merda de vida, temos que jogar fora certas coisas"


"Lembro de ter pensando em como seria a minha vida, em como eu seria.
Imaginei-me com essas qualidades fortes e positivas... que as pessoas podem escolher na sala ao lado.
Com o passar do tempo, acabei com poucas delas.
E todas as oportunidades que tive e as pessoas que pude ser foram se reduzindo a cada ano até serem reduzidas, finalmente, a uma... A que eu sou.
E é isso que eu sou..."

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Aceitamos doações...


E hoje eu fui almoçar e vi minha mãe e a moça que trabalha aqui montando uma árvore de natal que era da minha avó. E por mais que eu deteste ser saudosista é impossível não ver certas coisas e deixar de deixar de relembrar certos fatos.

Uma vez, quando eu era criança, acordei bem cedo e vi minha mãe embrulhando nossos presentes de natal. Ela, toda nervosa, disse que os presentes eram pra doação e eu, inocentemente, acreditei.
Até que um dia, andando com uma prima, ela me fala que papai Noel não existe e desmancha toda a ilusão que eu tinha. Não lembro qual foi a minha reação. Queria ter chorado e gritado, mas não. Acho que isso já anunciava que o restante da minha vida seria assim: encarar que os sonhos podem ser desfeitos.
(...)
E aí você cresce e passa a não gostar do mês de dezembro. E passa a achar uma grande babaquice acreditar que em um único mês você conseguirá fazer planos pra todo um ano. E começa a acreditar “Que grande idiotice” achar que certas coisas vão mudar.
Não que você tenha crescido amargo e rancoroso, mas apenas você cresceu. Perdeu boa parte da ilusão que depositava em certas coisas (e começa a acreditar em outras tão incertas e improváveis quanto a existência de certas personagens).
E aí você começa a brincar de Pollyana, pois passa a acreditar que tudo tem um lado bom (ou que, pelo menos, deveria ter). E passa a achar que tudo pode te fazer crescer e aprender, porque é bem mais triste falhar e sair rastejando do que cair e levantar mancando (se é que dá pra entender....)
(...)

E tudo isso porque chegou dezembro e você detesta tanto esse mês que passa a procurar vários motivos pra justificar a sua antipatia com tudo que envolve esse mês. É aquele típico mau-humor e a típica melancolia de final de ano, que se torna cada vez mais comum praqueles que já não acreditam que velhos barbudos podem trazer presentes.
Não que eu ainda queira acreditar em Papai Noel, mas talvez porque eu queria acreditar que...

Honestamente, nem eu sei no que eu quero acreditar. O que eu sei é que é preciso esperar janeiro.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

A Mocinha



Taí uma coisa que você(s) até poderiam deixar passar.
Entendam: poder é uma coisa e dever é outra completamente diferente...
Por mais “pop de fm” que seja, é um pop bom, bonitinho e com pitadas de ironia deliciosas.

E outros podem até dizer que é descartável, mas... O que não é, hoje em dia?
E eu prefiro esse tipo de som descartável a última salvação do rock. Até porque essas salvações aparecem todas as semanas e não duram mais do que um cd.
Quer algo mais descartável do que isso...?

...

O Fotolog.com está temporariamente fora do ar para uma manutenção de rotina.
Desculpem-nos o transtorno, estamos trabalhando para melhor servi-los, por favor aguarde o retorno. Obrigado.



E foi por isso que um dia eu prometi pra mim mesmo que abandonaria o fotolog.com pra ficar por aqui.
Mas eu sou péssimo pra manter promessas que eu faço pra mim mesmo, e acabo abandonando as coisas.

Não, eu não sinto nenhum orgulho em admitir isso, mas, infelizmente, é a verdade. Ou pelo menos, um lado dela. You know.

De qualquer forma, vou tentar voltar. Voltar e ficar, que é o que realmente importa.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

...


... Porque sempre vai existir alguém pra dizer que uma coisa poderia ser melhor ou que é uma "lástima" fulano não ter gostado, porque aquilo era ótimo e só as pessoas sensíveis têm a capacidade para sentir e todo o blá blá blá de quem anda com um uma p***** no c*.
Querendo ou não, somos todos prepotentes: o simples uso dessa palavra revela o ar de superioridade que cada um se atribui. E essa escala cresce à medida que você dá ênfase a essa palavra dentro da sua frase.
(Quem come pimenta, sabe das hemorróidas que tem.)
Prepotente eu: por julgar.
Prepotente você: por julgas essas palavras.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Simples assim...

E pra você, o que te bastaria pra se ter uma noite agradável?
Isso depende muito do estado de espírito.
Hoje, pra mim, me bastou uma volta de carro com um amigo querido e um espeto de frango com Sprite.

E pra onde foi todo aquele drama e toda aquela romantização que eu espera ter/viver?
Não, eu não me desfiz dessas coisas. Mas começo a me desapegar. Aos poucos.

Porque eu sempre fui adepto da felicidade simples. Daquele tipo de felicidade que se sente sem precisar de uma ponte com um rio magnífico de fundo.
Sempre preferi os lagos das universidades.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Everyone is going to be sorry one day

Sorte de hoje:
Tenha tato: não menospreze a sua própria oportunidade

Tudo bem, até porque seria estupidez deixar uma oportunidade passar. Mas depois de um certo tempo, você começa a se questionar o que realmente é uma oportunidade e o que é apenas uma alucinação da sua cabeça perturbada.
Talvez porque para uma pessoa com uma carência quase desesperada como eu, a oportunidade seja confundida com a expectativa: um telefone pode ser só mais um telefonema ou pode ser O telefonema. E quem vai parar pra me explicar o que é?
Só não posso parar pra confiar no meu bom-senso ou na minha intuição, porque isso eu não tenho. Ou não tenho ou não sei usar; o que, no final das contas, dá no mesmo.

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Senilidade juvenil.


E eu sinto um peso e uma certa angústia que não deveriam ser normal. Mas já se tornaram algo tão presente que eu me pergunto se saberia conviver sem elas.
Ontem à noite, tomei um remédio pra dormir, mas que não fez afeito nenhum: fiquei deitado na cama por algumas horas pensando em nada (ou em coisas abstratas demais), o que não deveriam perturbar o sono de alguém que tomou algo.
E qual foi a razão daquele choro, mesmo?
Acredito que cheguei em um estágio tão letárgico da minha vida que não preciso mais de motivos concretos pra chorar. Apenas sinto essa angustia e um leve desespero crescendo por aqui.
...
E tudo já amanhece velho. Já começa pelo fim. Na verdade, é como se tudo apenas terminasse: o começo é sempre aquilo que eu procuro, mas que eu nunca consigo encontrar.
E, às vezes, cansa procurar.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

E assim vamos... (no singular, pra ser mais exato)

E o Cartola começa cantando mais ou menos assim:
“Quem me vê sorrindo, pensa que estou alegre. Mas o meu sorriso é por consolação. Porque sei conter, para ninguém ver, o pranto do meu coração”.
E eu estava voltando pra casa me achando parecido com a música, mas depois vi uma diferença: não há pranto no meu coração. Simplesmente porque eu me tornei indiferente a minha própria vida. Sorrio apenas por conveniência e não pra esconder um choro.
Eu sento aqui e olho pra mim mesmo com uma indiferença assustadora. Consigo chorar assistindo um filme, mas não consigo chorar por mim mesmo. Consigo sentir a solidão e a tristeza das pessoas que convivem comigo, mas não percebo a minha própria.
E assim eu sigo: acordo porque o sono acabou, e não pra viver um novo dia. Saio de casa por obrigação e não por desejo de encontrar o desconhecido.
E aí eu lembro da Clarissa conversando com o Richard: “Mas e daí? É isso o que as pessoas fazem: elas ficam vivas pelas outras”.

(Mas, antes de seguir, é preciso deixar bem claro que eu não tenho tendência a cometer suicídio. Apenas me faço algumas perguntas)
Hoje, no caminho pra faculdade, fiquei olhando pras pessoas que dirigiam. É engraçado perceber a vida que elas imaginam ter (ou talvez até tenham e eu subjugue isso): é a pressa pra chegar; é o celular que toca e é atendido prontamente. É a tal da rotina que justifica a vida. E embora eu tenha a minha rotina e a siga todos os dias, ela não me parece ser a razão pela qual eu estou aqui.
E isso me fez chorar.
E me fez perceber o quão ridículo eu sou. Pra uma pessoa que começou se dizendo indiferente em relação à própria vida, derramar algumas lágrimas por causa disso soa altamente contraditório (Graças a Deus).
E isso talvez seja pelo simples fato de que eu não tenho noção da minha vida. Não que seja alienado dos meus sentimentos, mas é que depois de certas coisas, eu comecei a me enganar, vestindo uma indiferença que eu nunca tive, porque parar de pensar, por um certo tempo, passa a sensação de facilidade. De felicidade, também.
...
Então, digamos apenas que eu não quero mais fingir ser indiferente. Quero me permitir sentir tudo novamente, guardar cada sensação, cada impressão, cada detalhe que me faça perceber (e sentir) que a minha vida não é apenas mais uma coisa.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

But for today I am a child...


E se a vida é realmente uma grande procura, eu já não quero achar mais nada. Porque depois de um certo tempo, a sensação que eu tenho é que caminho no deserto e tudo aquilo que eu vejo à minha frente não passam de miragens: simples delírios criados pela minha cabeça confusa.
Porque embora eu sabia que a minha felicidade está dentro de mim, eu insisto em procurar por ela do lado de fora, sem levar em consideração toda a maldade que existe do portão pra lá.
...
E daí você caminha, porque não há outra opção. E, de repente, você se sente perdido: olha-se para os lados e não reconhece mais o caminho. Não se reconhece mais em nada. Nem em você mesmo.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Só mais uma constatação


Sorte de hoje:
A vontade das pessoas é a melhor das leis.

Pra uma pessoa impulsiva, isso não pode ser considerado uma sorte, mas uma rotina.
De sábado pra domingo eu não consegui dormir: virei a noite no meu quarto vendo filmes. Às 5:30 da manhã, peguei o carro e saí sem rumo (nem tão sem rumo assim), simplesmente porque deu vontade.
E eu faço muito as coisas que me dão vontade e pouco as que são preciso fazer. Vivo totalmente entregue aos meus desejos momentâneos (e não pensem besteiras, por favor).
Mas aí eu fico aqui pensando: até que ponto a nossa vontade pode ser a nossa lei? E, principalmente, como saber se aquilo que eu quero fazer é realmente o melhor a ser feito?
Essa última pergunta, eu acredito que deva ficar sem resposta, porque simplesmente não há como saber. Fazemos porque sentimos ser o certo e aí arriscamos (e depois só nos resta ficar torcendo com os dedos cruzados e cantando mandingas).
O problema não saber se uma coisa é melhor do que outra, mas saber parar, dentro do meu desejo impulso, e ponderar. Isso é bem mais complicado. Porque a impulsividade está ligada a vários outros sentimentos que são cegos por natureza.
A questão não é ser uma pessoa impulsiva, mas ser sensato. O problema é que eu nunca soube ponderar nada e sempre fiz o que me dava vontade, mesmo quando eu sabia que o final não seria dos melhores.
E aí eu percebo que talvez o problema nem seja a impulsividade, mas sim a burrice.
Burrice sim.
Burrice por não saber controlar meus sentimentos e acabar me desesperando. E, até onde saiba, desespero e impulsividade embora se justifiquem e se completem, ainda assim são diferentes.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

E tinha uma m**** no meio do caminho

E toda aquela conversa de ir com calma e dar um passo de cada vez é uma grande bobagem. Eu ainda não consigo, porque dentro da minha cabeça as coisas funcionam diferentes.
Esse negócio de conter as expectativas é uma grande m****, porque simplesmente eu não consigo chegar no espelho e dizer: ok, agora eu vou parar de gostar.
(e nesse parar de gostar, entram todos os aspectos românticos e quase doentios que eu carrego comigo)
(doentios em relação aos meus próprios pensamentos)
(ah, deixa pra lá)

E isso tudo é tão complicado...
Porque das outras vezes eu sinto que as coisas acabaram antes do tempo justamente porque eu sempre fui muito precipitado: disse e fiz coisas antes do tempo e, mais importante, sem ter certeza dos sentimentos que saiam e, muito menos, daqueles que entravam.
Então, o natural, depois disso, seria ir com calma e dar um passo de cada vez. Mas isso é quase impossível pra uma pessoa ansiosa e de pernas compridas: acabo correndo...

terça-feira, 18 de julho de 2006

My Noah's Ark

Ah, quer saber?
Tudo bem também se não quiser saber...
É engraçado como você é capaz de sentir certas coisas, mas a cabeça não funciona. E você fica aqui sentado tentando pensar em algo pra escrever... O que chega a ser ridículo.
Cheguei a escrever sobre a sensação de estar sentado sobre a própria vida, mas isso me parece dramático demais.
Mas eu estou querendo fugir de certos dramas.

Taí. Exatamente como eu queria que fosse: uma festa cheia de bêbados insanos. Assim eu seria feliz.
Pelos menos, enquanto tivesse cerveja.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Minha consciência me diz que...

Inevitavelmente, você acaba aprendendo certas coisas com o tempo. E aí você também acaba percebendo que, de certa forma, já viveu alguma coisa.
...
Ontem, me perguntaram o que eu aprendi com os meus relacionamentos anteriores (não, não estava completando o profile do orkut). Mas eu fiquei calado, porque eu achava que não havia aprendido nada relevante. O que, na lucidez do dia, é uma grande mentira.
Com aquilo que eu acredito que foram meus relacionamentos anteriores, eu aprendi a ficar sempre com um pé atrás e não ser tão entregue. Descobri que uma pitada de dúvida é sempre necessária, pois mantém a expectativa.


Aprendi a ouvir a pulga que vive atrás da minha orelha, porque ela sempre me dava alguns conselhos, mas eu os ignorava. Hoje, sei que ela não é tão estúpida quanto eu queria que ela fosse.
...
Talvez porque a pulga não seja, necessariamente, uma dúvida: ela também pode ser uma consciência disfarçada.

sábado, 15 de julho de 2006

Deixa eu brincar de ser feliz...

Sábado pela manhã e eu acordo com uma sensação de fim de dia. Embora o dia se mostre maravilhosamente bonito, tudo o que eu quero é um quarto escuro, uma cama e um sono profundo. A M. vive falando que quer fazer “sonoterapia” e eu sempre dizendo que era loucura dela.
Hoje, confesso que me convidaria para fazer junto.
E podem dizer que isso não é bom, que dormir o tempo inteiro só vai servir pra fugir dos pensamentos e tudo o mais. Mas, e daí? Deixe um comentário aquele que se importar tanto assim com a minha vida.
...
Sei que escrevo pra ninguém. E isso não me incomoda: sei que não é apenas no fotolog que eu estou sozinho. A solidão não é tão pequena e restrita assim, porque eu consigo senti-la por todos os lados.
Estou sozinho na vida, no blog, no msn ou qualquer outra coisa eletrônica e virtual apenas me fazem perceber isso.
E com certeza a culpa não é dos outros, mas minha mesmo. Eu sempre me afastei de tudo o que uma pessoa em sã consciência se aproximaria. Mas, seja por medo ou por pura chatice mesmo, eu sempre corri na direção contrária. E hoje, pago o preço por isso.
...


O bom de ser sozinho é poder ter um blog onde se pode escrever o que quiser e ter a certeza de que ninguém vai ler.

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Hope Theres Someone

Sorte de hoje:
Você passará por algumas experiências maravilhosas



Podem até me chamar de bobo por acreditar em uma sorte virtual, mas eu me pego a essa frase como se ela não fosse uma simples brincadeira, mas sim uma profecia.
E é até ridículo alguém se deixar chegar nesse estágio semi-letárgico no qual eu me encontro. Mas é que, depois de um certo tempo, você começa a ver que poucas são as coisas que valem a pena se entregar e se permitir sentir. Daí, inevitavelmente, você se torna uma pessoa esperançosamente apática.
Por comodismo: é mais fácil não sentir nada do que sentir e sofrer, eventualmente.
...
Assim como é da mesma maneira eventual que tudo parece mudar e você se pega esperançoso novamente. Mas não numa esperança dissimulada.
Bem no fundo, ela se mostra verdadeiramente esperançosa.
...

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Cripple & the Starfish





E depois me perguntam porque eu gosto tanto dele...!

O meu umbigo está um pouco sujo...


Uma vez eu escrevi que não conseguiria viver sem esperar nada das pessoas, que não conseguiria viver com em nível tão grande de apatia. E, desde então, pouca coisa mudou, porque eu ainda espero alguma coisa das pessoas.
Mas, mais do que eu esperar alguma coisa dos outros, eu me preocupo muito mais com o que esperar de mim mesmo. Mesmo eu falando que sou repetitivo e previsível, eu não consigo saber o que esperar de mim. O meu futuro parece muito distante da minha vida.
E talvez esse seja o grande problema em se acreditar em destino: tudo o que acontece parece estar tão distante da sua vida que você acaba deixando correr frouxamente. E passamos a ser meros expectadores da nossa própria vida, pois seguimos a frase “O que há de ser tem força” (ou qualquer outra coisa parecida).
...
Eu não quero chegar a uma conclusão, falando que deveria criar vergonha na cara e assumir a culpa dos meus atos e as conseqüências deles, que isso sim é maturidade e todo aquele blá blá blá de final de texto. Não quero chegar a uma conclusão porque poucas coisas são conclusivas.
...
Deixem-me aqui ruminando minhas idéias.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

The Lake



E eu não vou escrever um post altamente encantado e apaixonado, porque não é assim que eu me sinto. O que chega até a ser irônico, pois o momento foi inesquecível, mas de uma forma amigável.
Amigavelmente exato.

terça-feira, 11 de julho de 2006

What can i do?


Estranho sentar aqui e perceber que a vida está sendo vivida de certa forma, mas sentir que dentro disso tudo ainda falta alguma coisa.
É exatamente como no trecho daquele filme: “sente-se uma certa falta, como um amputado sente o membro que lhe falta”.

Sorrindo apenas do rosto pra fora, porque lá no fundo ainda existe um pedacinho de melancolia que contamina todo o resto. E isso me faz pensar que felicidade não é ser feliz de fato, mas é aprender a conviver com essa melancolia.

sábado, 8 de julho de 2006

S.F., Analyse this...


E tudo vai relativamente bem. Por isso esse Fotolog anda tão parado. E é até engraçado parar pra perceber isso: de certa forma, a tristeza justifica a minha vida.
É justamente quando estou triste e reclamando que não tenho vida, que me sinto vivo.

Vou bem ali pensar nisso e volto já.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Apenas uma chuva.

- E a vida, como vai?
- Indo.

E eu só espero que ela consiga chegar em algum lugar agradável.
Embora isso me pareça um pouco complicado.

Porque quando damos o primeiro passo, achamos que haverá um último e que o caminho nem será tão longo assim. Mas logo nos cansamos e passamos a nos questionar: e se pararmos aqui, os passos que já foram dados terão sido em vão?
Mas ainda assim continuamos a caminhar, mas não mais para ver o que vem depois, mas sim para justificar o que já foi feito. Pra dar sentido ao passado.
O que me parece uma grande tolice.

E é por isso que estou aqui, pensando em iniciar uma nova fase. Porque eu sinto que eu cheguei naquele ponto em que ou se dá um paço à frente e cai num precipício (o que é bom), ou fica-se parado esperando uma luz divina ou um caminhão passar por cima (o que acontecer primeiro)...
E de esperançosos e tolos, os blogs e o inferno estão cheios.

O que fazer quando se pretende ser um ser humano melhor?
Por favor, nada de idéia extremas (como doar as roupas e virar eremita). Quero apenas me tornar um ser humano melhor, e não o próximo Dalai Lama.
Mas recuperar parte da inocência é algo trabalhoso. Exige força de vontade.
E tudo em mim é frouxo. Os desejos são frouxos e os sonhos são intensos; mas esses, ficam em outro plano. E, na abstração, tudo é mais forte.

domingo, 2 de julho de 2006

The soundtrack


E qual a trilha sonora ideal para embalar sua vida?

- Antony, por favor.

Porque, no final das contas, é esse o meu maior medo. Olhar pra dentro e não conseguir mais achar o que um dia eu achei que era. É como olhar para dentro e só achar pequenos pedaços de Hitler dentro de alguém que veste uma carapuça de anjo e de santo, porque foi assim que lhe ensinaram a ser.

sexta-feira, 30 de junho de 2006

Nobody cares when the tears of a clown fall down...


E hoje eu acordei chorando. Não só porque o sonho foi ruim, mas porque eu tomei consciência de pequenos aspectos na minha vida que eu insistia em negar.
Talvez por eu me enganar, me forçando a acreditar que tudo vai bm quando, na verdade, não está; mas não se sabe ao certo o que está errado.
E é essa sensação de estar perdido, de total desconhecimento que me perturbar. É verdade que a procura, que a busca é sempre uma tarefa agradável, mas ela passa a nos assustar quando você simplesmente não consegue se ver em nada nem se achar em lugar nenhum.
...
Talvez essa sensação surja por eu idealizar algo e esperar viver de uma forma, quando, na verdade, eu me pego vivendo uma vida que nem de longe é aquilo que eu achava que seria.
(Não que a minha vida seja ruim. Pelo contrário. E isso é uma das coisas que também me incomodam: reclamar de uma vida que não é ruim).

Spotless mind


Já eu, se tivesse a chance, não apagaria ninguém.
Mentira.
Apagaria apenas os bons. Porque desses, eu me aproximo naturalmente.
Os maus, sim, eu faria questão de lembrar. Que é pra não correr o risco de cometer o mesmo erro duas vezes.

terça-feira, 27 de junho de 2006

Saravá


E eu sei que ainda não é agosto, mas eu estava me sentindo naquele mês: coisas erradas demais e uma leve falta de sorte. Motivos suficientes para pensar em proteções mais fortes do que os muros que construo ao meu redor.
E mesmo eu nunca tendo sido uma pessoa religiosa, sempre me vi como uma pessoa de fé. Em quê exatamente é que eu não sei.
Mas isso importa?

terça-feira, 20 de junho de 2006

Erosão é o caralho



-às vezes, você não cansa de tudo?
-ate de respirar, se possível. pq?
-e o que você faz?
-paro e penso logo existo




Mas, às vezes, eu acho que eu só existo na minha cabeça. Que aquilo que eu realmente sou é apenas uma projeção daquilo que eu queria ser. E, na verdade, eu não sou nem a metade do que eu imagino ser.
Minha existência é mínima. Se reduz à impressões e incertezas.

Começo a acreditar que internet não foi feita para pessoas como eu.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Pequenas mudanças


E, de repente, você acorda e percebe que alguma coisa mudou. Alguma coisa, com toda a imprecisão possível, soa diferente.
E, mesmo eu que sou afeito aos grandes dramas, não me arrisco em falar em grandes mudanças. “Da água para o vinho”, como alguns gostam de dizer. Prefiro acreditar que, certas mudanças, podem ser como erosões. Pequenas erosões na alma: vão ocorrendo de uma forma tão lenta, mas tão precisa, que só se percebe quando se pára para observar atentamente.
É mais ou menos assim: por um tempo, você entra em um estado apático e deixa de perceber as coisas que ocorrem ao seu redor; mas, um dia, quando a alma acorda do coma, ela se vê diferente, se percebe diferente. Mas não por não conseguir reconhecer aquilo que sempre foi, mas por perceber que há uma diferença, embora não se consiga dizer que diferença seja essa.
Mas o mais importante é que essa mudança te deixa feliz. Porque embora você saiba que ela não vai ser eterna, ela já é uma mudança válida.
E, de certa forma, você percebe que aqueles dias que se passaram e a forma como você se arrastou por eles não foram inválidas. É justamente o contrário: foi exatamente isso que te preparou para aquilo que se é hoje. É como se apatia fosse um grande molde e não mais uma desconfiguração.

E tudo isso pra dizer que a noite de domingo pode até ter me feito ir dormir tarde, mas me fez acordar pra algo que eu julgava estar adormecido.

Posso acreditar?


Por enquanto, estou dispensado os textos.
Apreciando as impressões. O que, nem de longe, chega a ser ruim.

“Xangô me mandou lhe dizer: Se é canto de Ossanha não vá, que muito vai se arrepender.
Pergunte ao seu orixá... Amor só é bom se doer”

Mas isso não dói. Pelo menos, não por enquanto. Nem parece ser esse o futuro. Mas, desde já, parece bom.

domingo, 18 de junho de 2006

Elis Regina - Medley 1976

sábado, 17 de junho de 2006

Can you save me?


“A vida é feita de perdas e ganhos”.
Concordo. Mas existem coisas que ficam no meio do caminho: umas podem ser consideradas como ganhos e (muitas) outras podem ser consideradas como perdas.
Por exemplo, sábado á noite e eu aqui, em casa, fazendo nada. Pensando em algo pra escrever, na verdade. Isso pode ser considerada uma perda ou um ganho na vida? Daqui a quarenta anos (se eu conseguir viver isso tudo) respondo.
E aonde é que se pretende chegar com essas divagações?
A lugar nenhum. Ou ao outro lado da rua, quem sabe?
Porque eu cheguei em um ponto que só em atravessar a rua pode ser considerado um novo passo, uma nova descoberta.

É um suspiro mais profundo e uma vida mais vazia. O contraste perfeito. A ironia apropriada.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Cheio de Grace


E o feriado segue como qualquer um dos outros dias: estagnado.
O meu problema é essa rotina.

[ E eu acho que já descobri do que sinto falta.
Sinto falta daquela expectativa.
De acordar sabendo que algo pode acontecer mais tarde. Sinto falta de andar e sentir o sol arder nas minhas costas, mas saber que, de certa forma, tudo está (relativamente) bem. ]

E é tão simples sair daquela rotina e fazer algo diferente. Mas me falta ânimo. Chego à beira do precipício, mas reluto em pular, por puro medo de me machucar.

Mentira. Nunca tive medo de me machucar. Mas é que depois de várias quedas, você começa a repensar em quais situações vale realmente a pena se ferir.

quarta-feira, 14 de junho de 2006


E nem é pelo vento frio que entra aqui, mas a temperatura realmente vem caindo ultimamente.
Mas é que existem dias e dias. E hoje é um daqueles dias. Justamente um dia em que você queria olhar pros lados e sentir um certo olhar, um certo toque...

Eu preciso ler, sair dessa rotina estudantil. Isso acaba com a minha subjetividade. E o que eu posso fazer com essa maldita objetividade que se instala por aqui?

(Post do dia 13/06)

terça-feira, 13 de junho de 2006

Faltas


E eu lembro de quando eu era criança e ainda tinha dentes de leite. Adorava ficar mexendo no dente mole até ele cair. E adorava mais ainda, depois de arrancar o dente, passar a língua pela gengiva e sentir um oco.
E hoje eu sinto um certo vazio, mas não na boca. Um vazio em um aspecto muito maior na minha vida. É como olhar no espelho e não me reconhecer, não me sentir completo. Olha-se desesperadamente procurando pela parte que falta, mas sem saber ao certo que parte é essa. Sem saber ao certo que falta é essa.

Mas o mais engraçado é perceber que essa falta não é tão desesperada quanto as de antes. Há algum tempo atrás, eu, provavelmente, enlouqueceria com isso. Mas hoje, essa falta é sentida, mas não chega a ser o meu grande incomodo.
Mentira. Incomoda, sim. Mas eu reluto em admitir isso.
E daí eu penso em P. e na história do amor ser o desencontro entre o ser amado e o amante.
“O amante toma a iniciativa e escolhe o objeto do seu amor. E é justamente por ter consciência dessa falta que ele parte em busca do ser amado, acreditando que esse possa suprir a sua falta. Mas o que ele desconhece é que o amado pode até ter algo a mais, mas isso não significa que esse algo seja capaz de suprir a sua falta.
Um tem apenas a mesma falta que o outro também tem, e essa é a única coisa que ele tem para oferecer”. Sendo assim, o amor é apenas um grande vazio, mas que é capaz de completar.

Sinto essa mesma falta que é desconhecida pelo ser amante, mas não sinto falta de um ser amado. Talvez eu sinta falta de ser um ser amado. Talvez eu sinta falta de me sentir completo, mesmo estando só.
“E aí, procurando o que?” Perguntaram-me ontem.
Não sei. Não sei o que procuro, mas procuro alguma coisa. Na esperança de que, quando achar, possa reconhecer.

domingo, 11 de junho de 2006



E eu prefiro me tornar uma pessoa cínica, mau-humorada e super bem-educada, daquelas que sabem fingir com maestria, a me deixar sorrir por pequenas doses de felicidade coletiva.
Mas, de certa forma, não somos todos falsos e não fingimos o tempo todo?
Sim, sim, claro.
Mas existe uma diferença crucial: algumas pessoas, com o tempo, passam a acreditar na própria mentira. E acreditar na própria mentira é como passar você mesmo para trás: não há perdas nem ganhos.
(ok, viver sem perdas e sem ganhos, mesmo sendo uma atitude conformista, não me parece tão ruim)
(mas hoje eu acordei diferente: não será que chegou a minha hora de ganhar um pouco?)
(e eu me sinto tão ridículo lendo essas frases: até parece que eu perdi minha mãe no parto e que meu pai passou a minha infância toda me espancando e que minha irmã virou traficante e, no meio disso tudo, eu me tornei um garotinho bonzinho, que vai à escola e percebe a pena nos olhos de quem me vê...)
(minha vida está bem longe de ser um desses filmes da sessão da tarde. Graças a Deus!)


Mas não será naquele ponto, naquele momento em que elas deixam de reconhecer a verdade e passam a admitir que tudo faz parte de suas vidas, que elas se tornam realmente felizes?
...

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Sexta à noite


Sexta-feira à noite e eu, mais uma vez, fazendo minha peregrinação rumo a lugar nenhum. E aí começam as loucuras (que, na verdade, são um grande pedido de socorro). Passeei entre as crianças, pra ver se consigo resgatar aquilo que eu um dia fui: inocente. Mas não consigo. Não consigo porque já estou dentro de um mundo no qual a inocência passa ser sinônimo de idiotice. E isso, ninguém quer assumir que é (embora eu já tenha vestido essa carapuça várias vezes).
Engraçado perceber como as pessoas se assustam diante de um comportamento que elas não esperam de você. E olha que eu até fui previsível (como se isso fosse alguma novidade).
E não é sempre assim?
São ruas que se percorrem e caminhos que trilhamos não porque já sabemos aonde vamos chegar, mas justamente por estarmos totalmente perdidos e em busca de qualquer coisa que soe familiar ou pelo menos agradável, bom pra se ficar.
O maior problema é quando todos esses lugares já parecem ultrapassados: já se esteve ali, mesmo que tenha sido em sonho. E qual a graça de se viver em um sonho?
Por mais incrível, ou absurdo, que pareça, eu prefiro viver essa realidade agridoce a me entregar a um sonho açucarado.
(E até eu mesmo me espanto ao ler essa frase. Sempre acreditei que queremos, e buscamos, viver em um sonho. Mas sonhos são perfeitos demais para alguém cheio de imperfeições. E não me refiro apenas àquelas que são visíveis).
À noite, todos os gatos podem ser pardos, mas nem todos os sonhos são bons. Alguns simplesmente são pesadelos disfarçados. Então, a principal escolha é: viver um sonho (uma completa mentira) ou viver uma realidade inventada (uma mentira parcial, porque, afinal, todos nos enganamos o tempo todo).

Troco meus 4 dentes de trás por uma passagem para a Islândia.

domingo, 28 de maio de 2006

Conversando sábado à noite com o V. no Msn, ele me diz que eu sou um “cara legal”. Eu concordo e ainda digo que talvez seja por isso que nenhum dos meus relacionamentos tenha dado certo. “Acho que não nasci pra ficar sozinho, mas sabe aquela história de que bonzinho só se fode? Então, é mais ou menos por aí”, digo.
Depois eu fiquei pensando no que eu falei. Será que realmente eu não consigo ficar sozinho?
Ultimamente, tenho insistido na idéia de que a felicidade (ou pelo menos, parte dela) não está ligada a relacionamentos, mas sim a diversas outras coisas. E tenho me agarrado a essa idéia com um desespero e uma força que nem eu sabia que tinha.
Mas o meu humor não anda dos melhores. “Eu fico assim quando fico sem dinheiro” disse meu pai. E eu fico assim por que? Por falta de alguém? Não acredito.
Talvez eu fique assim não pela falta de alguém, mas pela falta de uma perspectiva. Essa conversa de que se pode ser (e somos) feliz sozinho é completamente verdadeira, mas não é a verdade que eu quero pra mim agora.
E a conversa de que bonzinho só se fode?
Bem, essa aí pode até ser verdade, mas, honestamente, não vou mudar nesse aspecto. Quando gosto, trato bem por puro prazer e não por obrigação. A culpa não é minha se todos estão acostumados a viver pedindo favores.


O que foi isso aqui?
Uma espécie de desabafo.
Hoje, num domingo altamente ensolarado, eu espero meu pai chegar para fazermos o passeio do dia. E essa perspectiva me anima.
Quando eu falo que preciso de perspectivas, não me refiro apenas às amorosas, mas a minha vida em todos os seus aspectos.
Eu venho me sentindo estagnado, preso a uma coisa que eu desconheço e que eu não queria estar. E essa estagnação me impede de ver certas coisas que estão mais adiante e até mesmo de idealizar tantas outras. O que chega a ser mais frustrante. Idealizamos justamente para usar isso como uma fuga.
Talvez eu já tenha passado tempo demais convivendo com o conformismo, porque, afinal, não é isso o que a realidade é?

terça-feira, 2 de maio de 2006

Primeira Impressão

Conversando com a M. ao final da aula, ela me fala que vai terminar com o R.. Pelo que entendi, o motivo é que ele não é mais o mesmo: no começo ele se mostrava de uma forma e, com o tempo, ele mudou, “esfriou”, pra usar a mesma palavra que ela.
Então, eu fiquei pensando.
Pensando nisso e no que eu conversei sábado com o I.: nós temos uma certa impressão sobre as pessoas e é a partir dessa impressão que assimilamos os atos dos outros. Tudo aquilo que alguém faz, de alguma forma, irá se encaixar na impressão que nós temos dela. Juntando todas as impressões que temos de uma pessoa, passamos a tratá-la como um conceito.
Assistindo “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”, eu me deparo com o seguinte diálogo:
“Se quer ficar comigo, fique comigo. Muitos caras acham que eu sou um conceito e que eu os completo, ou que vou dar vida a eles. Mas eu sou só uma garota ferrada procurando minha paz de espírito. Não me encarregue da sua”.
E é justamente aí que está todo o problema: acreditamos que o outro é capaz de nos dar alguma coisa. Alguma coisa que nem nós mesmos sabemos o que é, mas esperamos. Esperamos até perceber que a única coisa que o outro pode nos dar é a mesma falta que ele também sente.
Mas será que estamos errados em tratar os outros como se eles fossem apenas impressões e conceitos? Creio que não, porque isso é quase que involuntário. Precisamos assimilar algo sobre o outro e pegamos aquilo que está mais próximo de nós: a primeira impressão.
Acreditar que alguém é um conceito me parece o mesmo que subjugar todas as outras coisas que alguém também pode ser. É reduzir algo que não nasceu pra ser visto como pequeno.

Acabei de falar com a M. e ela me contou que tentou terminar com o R., mas que, depois de uma conversa, tudo se acertou. E o problema das impressões é justamente esse: às vezes, nós nos enganamos.

sábado, 29 de abril de 2006

A maçã

Num ambiente repleto de coisas falsas e de aparências enganosas, como distinguir o que é ruim?
Para Adão e Eva, essa tarefa foi bem mais simples: apenas um fruto era o fruto proibido. Mas no mundo em que somos como a Branca de Neve (ou pelo menos, temos o espírito), como saber qual a maçã do cesto está envenenada?
Tudo bem, talvez o problema maior nem seja a maçã, porque de vez em quando nós precisamos nos envenenar para adquirir alguma imunidade sobre alguns venenos. O problema maior é, pelo menos é o que me parece, ter a alma da Branca de Neve. Em um meio repleto de aparências, todas as maçãs parecem ter passado pelas mãos da Bruxa.
E não falo só das aparências externas: refiro-me a todas. Principalmente as internas. São estados que fingimos estar só para melhor passar. É fingir que tudo vai bem, quando na verdade não está (mesmo quando não sabemos os motivos para certos estados emocionais).
Mas, agora, isso não é o que mais me aflige. Fico aqui pensando na Branca de Neve e me pergunto se ela estava errada por esperar o Príncipe. Depois de morder a maçã envenenada, a moça deitou e esperou pelo Príncipe para acordá-la do feitiço. Duas pessoas boas e puras, que se completavam.
O único problema por esperar os príncipes atualmente é que, dificilmente, eles serão puros. Então, como duas pessoas “sujas” poderão dar início a um relacionamento (algo que, teoricamente, deve estar livre de impurezas)?

Fazer esse questionamento só me prova o quão idiota eu sou. Se definir como sujo é estar preso ao passado. Todos tiveram uma vida anterior, mas isso pouco importa. O que conta, de verdade, é aquilo que se fará. Não é que, de repente, a puta vai ser elevada à categoria de santa, porque nada é tão extremista assim, mas é aquela velha história: Todos os pecados serão perdoados, se você crer.

Aqui, basta você crer que as coisas podem dar certo. Acreditar nos sentimentos (por mais cafona que isso possa soar).

sábado, 22 de abril de 2006

Mais uma de indiferença...mas com uma ponta de esperança

Conversando com meu pai, na terça-feira, ele me falava de como as pessoas se julgam especiais. Cada um acredita ser infinitamente melhor do que o outro que está ao seu lado e, a partir daí, começam a esperar grandes coisas da vida e deles mesmos. E completou falando que é justamente daí que surgem as frustrações, porque, no final, se percebe que todos somos iguais.
Naquele momento, respondi: “É por isso que eu não espero nada da vida, deixo tudo correr naturalmente”. Depois, fiquei pensando na grande mentira que eu havia falado.
Já falei uma vez que não consigo viver sem esperar nada. Sempre estou à espera de algo. Talvez seja justamente por isso que eu esteja tão frustrado ultimamente: sempre espero algo dos outros, porque eu sempre procuro dar algo também.
Mas será que esperar algo dos outros só porque cedemos ou entregamos alguma coisa não é o mesmo que reduzir as relações cotidianas à simples trocas?
Atualmente, eu não me incomodo tanto com a indiferença dos outros. Estou mais preocupado com a minha indiferença em relação a mim mesmo. E isso tem me causado alguns problemas: não tenho mais interesse por coisas que eu adorava.
É como rever um amigo que te pergunta: “Como você está?”, e você responde: “Indo” ou “Bem”.
É estar bem pela simples ausência de outro sentimento; é ir só porque os outros que estão atrás estão te empurrando.
Não sinto nenhum orgulho em dizer isso, mas eu me tornei totalmente indiferente em relação a minha vida. Isso não significa que eu tenha pensamentos suicidas: pretendo continuar vivo, mesmo sendo esse zumbi no qual me tornei.
Pretendo continuar vivo pra, quem sabe, um dia constatar que a vida pode mudar completamente e de uma forma totalmente inesperada. E, por causa disso, vocês não podem dizer que eu perdi a esperança.

Mais uma de solidão

Conversando com o E. hoje pela manhã, na cantina, ele me pergunta onde estavam todos os outros. Respondi que, às segundas, eu assisto aula sozinho. “Você é muito corajoso. Eu, depois que me apego, só quero passar o tempo junto”. Como sempre, eu trago essas frases para a minha vida pessoal. Não em relação aos amigos, porque eu acho que, nesse aspecto, eu sempre fui meio distante: sempre fui amigo dos outros, mas nunca deixei ninguém chegar muito perto. Em relação à vida afetiva, não muda muito. Embora seja necessário duas pessoas, apenas uma (no caso, eu) senti o que se chama de paixão. Meus amores sempre foram exclusivos meus e nunca mútuos. Talvez seja por isso que eu não tema tanto essa solidão, porque sempre quando eu estive acompanhado, na verdade, eu estava só. Engraçado é escrever isso e não sentir pena de mim mesmo. Ou qualquer outro sentimento: simplesmente, me sinto indiferente. Nesse exato momento da minha vida, eu começo a achar a solidão um ótimo estado para se ficar. É o preço que se paga por algumas desilusões. Pelo menos por algum tempo, a solidão é necessária. Porque eu começo a acreditar que só assim você consegue se conhecer melhor. No meu caso, essa solidão é melhor ainda, porque eu sempre acreditei que a solução para todos os meus problemas estava no outro: por isso busquei tantas vezes, e quebrei a cara tantas outras. Eu não conhecia a mim mesmo. Existe um poema do Drummond que termina assim: “Restam outros sistemas fora do solar a col- onizar. Ao acabarem todos só resta ao homem (estará equipado?) a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver.” E eu começo a perceber que o momento de solidão é propício a fazer isso. Sentar e ouvir os seus pensamentos e a sua consciência. Conhecer a si mesmo, para só então poder dar um passo pra fora.

Destino

Engraçado como a nossa vida é composta por acontecimentos e momentos tão diversos e marcantes. E depois de viver alguns desses momentos, eu me pergunto: Será que realmente tudo isso é por acaso? Será que tudo realmente é uma grande coincidência? Conversando com a A.P e o L. na parada de ônibus, sábado à noite, eles tentam me convencer de quem escolhe o seu destino é você mesmo, que nós temos controle sobre a nossa vida e que existem apenas coincidências. Já eu prefiro acreditar no destino e de que tudo acontece por alguma razão. “Mas acreditar nisso é uma visão muito determinista”. De certa forma, concordo com o A. quando ele diz isso. Talvez, nós realmente não sejamos fantoches programados. Mas a minha visão de destino não é a de que somos bonecos inanimados. Realmente acredito que temos um determinado controle sobre a nossa vida, mas existem coisas que vivemos que estão acima das nossas vontades. São certas situações e determinados momentos pelos quais passamos que já fazem parte da nossa vida muito antes de tomarmos consciência de qualquer coisa. Honestamente, não sei se conseguiria viver bem (ou, pelo menos, o mais próximo disso) acreditando que tudo acontece sem nenhum propósito. Imaginar uma vida cheia de acontecimentos vazios, sem significados, me parece extremamente triste. Prefiro acreditar que nada acontece por acaso. “Você acredita nisso por medo de se sentir dono da sua própria vida”. Não acredito que a minha covardia possa chegar a tal ponto. Mas a minha vida, até agora, está marcada por situações boas e ruins (que, dentro da minha visão pessimista, são a maioria) que seria quase loucura acreditar que elas ocorrem ao acaso. É reconfortante, pelo menos para mim, acreditar que existe um caminho já trilhado. Embora eu também acredite que, dentro desse caminho, sou eu quem escolhe quantos passos eu vou dar e a forma como essa estrada será percorrida. Mas o mais importante não é o final nem a forma como se percorre; mas sim, o percurso. Andar sobre trilhos ou por uma vereda, honestamente, pouco importa: aquilo que se vive é o mais importante.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Tudo novo denovo

Depois de algumas semanas de férias (ou, pelo menos, alguns dias de ócio), eu tento voltar ao mesmo estado de suposta normalidade.
A sensação que eu tenho é que, nesses dias de ausência, eu fiz uma pequena caminhada, sempre achando que estava seguindo em frente e me aproximando de um lugar que há muito tempo eu desejava chegar. Mas, justamente no final, eu percebi que estava andando em círculos.
No final, o que me sobra são novos calos que nasceram sobre os calos antigos. É uma espécie de dor renovada.
Eu sei o que me faz mal e o que não me deixa bem. Mas foram exatamente essas coisas que eu fiz nas últimas noites. Por que mesmo sabendo o que devemos evitar, acabamos fazendo?
Mas será que podemos chamar de estupidez quando repetimos um erro porque ainda acreditamos em certas coisas? É mais ou menos assim: você acredita em uma determinada coisa e para consegui-la ou realiza-la você acaba cometendo os mesmos erros de antes, não por idiotice, mas mais por esperança. Por ainda acreditar.
O que me parece é que os erros podem até ser o mesmo, mas a situação na qual eles são cometidos é completamente diferente. Muda o contexto, mesmo que uma das personagens desse teatro ainda seja a mesma.
Bom, seguindo essa linha, eu me deparo com uma nova pergunta: e aquela frase que diz que “devemos aprender com os erros”, onde fica? Será que será que o novo ato, ou ária, justifica a repetição dos erros?
No final das contas, sei que vou quebrar a cara e tentar seguir em frente (mesmo que eu acabe andando em círculos), porque eu prefiro pensar nos erros cometidos a me entregar à dúvida: e se eu tivesse feito isso?
Tudo isso só pra dizer para mim mesmo o que eu sempre soube: “Sempre há um recomeço”. E nem sempre nós precisamos sair do marco zero: o meio do caminho já é algum lugar. Principalmente para quem anda em círculos.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Não pense você que eu o esqueci, querido Blog.
Apenas tirei umas férias.
Estou preparando o texto, mesmo sabendo que ninguém vai ler. Mas eu quero fazer assim agora: dedicar um grande tempo para escrever algo antes de postar. Tentar provar pra mim mesmo que eu ainda não acabei.
Espero qu me aceite de volta, blog querido.
Beijos e até breve.


Por que eu escrevi como se estivesse escrevendo pra alguém?
Deve ser o desespero...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Voltando (no gerúndio mesmo)

Só porque eu passei todo esse tempo fora, não significa que eu já tenha conseguido achar todas as respostas para as minhas perguntas. Ao contrário, apenas venho fingindo pra mim mesmo que, de certa forma, tudo vai ficar bem. É um tipo de filosofia de vida em que se acredita que devemos viver o presente sem se preocupar com o futuro.
Mas isso me faz pensar: não seria desespero demais viver todos os dias como se fossem os últimos, e viver cada dia do seu presente sem se preocupar com o futuro? Existe alguém que consiga viver sem fazer planos?
É claro que o simples fato de acordar deve ser encarado como uma coisa excepcionalmente boa. Mas acordar sem ter a mínima noção do seu dia (ou, secretamente, desejar novas situações), deve ser angustiante.
Às vezes, eu reclamo da monotonia e da previsibilidade dos meus dias. Mas isso acontece justamente por ter os meus desejos secretos e não vê-los sendo concretizados. É mais uma forma de frustração diária. Mas, pelo menos eu tenho os meus sonhos. Acredito que pior seria viver essa monotonia sem essas frustrações, porque isso seria uma prova da falta de sonhos e de perspectiva.
No meu caso, esses desejos e essas emoções secretas estão basicamente voltadas para o aspecto amoroso. E, honestamente, eu não vejo nenhum mal em ser do tipo que ainda acredita.
O problema é acreditar em determinados sentimentos vivendo em uma cidade que parece estar repleta de pessoas que estão disposta a te provar justamente o contrário. Às vezes eu me pergunto se sou o único por aqui que ainda acredita em determinados sentimentos e possui certos valores.
Não, não posso ser. Porque, a partir do momento em que eu passo a acreditar nisso, eu me torno igual às pessoas que me cercar. Acredito que o me diferencia dessa multidão cética é justamente a minha crença de que coisas boas ainda podem acontecer. Mesmo estando cercado de desacreditados e de desacreditantes (¬¬).